"Museu Duras" de Julien Gosselin na Printemps des Comédiens: onze horas de uma experiência extraordinária

Como podemos amplificar a experiência da literatura, torná-la intensamente viva e dar-lhe uma dimensão coletiva? Julien Gosselin responde com um espetáculo marcante, extraordinário em todos os sentidos da palavra. O Musée Duras deixou o público da Printemps des Comédiens em Montpellier, onde foi apresentado no sábado, 7 de junho, e no domingo, 8 de junho, com a sensação extasiante de ter vivido uma experiência de profundidade excepcional. Uma experiência, sim, mais do que um espetáculo. Uma jornada: você entra no teatro às 10h, sai cerca de onze horas depois, dizendo a si mesmo que poderia ter continuado indefinidamente.

O conjunto nos transporta para uma paisagem durassiana, distante dos clichês que grudam na pele de uma escritora que atrai o sarcasmo daqueles que, em geral, não a leram. Amor, morte, loucura, inscrição na história, numa mistura inextricável entre o íntimo e o coletivo, e, sobretudo, a literatura como princípio vital, que já estava no cerne das duas extraordinárias jornadas teatrais protagonizadas por Julien Gosselin com Roberto Bolano ( 2666 , 2016) e Don de Lillo ( Joeurs, Mao II, Les Noms , 2018): está tudo lá.

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